quarta-feira, 20 de agosto de 2008

MEU MAIOR AMIGO PASSEARÁ SEMPRE DENTRO DE MIM



Ontem perdi meu maior amigo. Foram 11 anos e meio de alegria plena. Dessas que só entende quem um dia se permitiu amar um cachorro. Paco foi o maior companheiro que tive. Me ensinou a intensidade do amor. Um amor incondicional. Da alegria acima de tudo. Ele sorria o tempo todo. Sorria com o corpo inteiro. Era a alegria da Minha Mãe, Pai, Irmão e minha. Pensar em não tê-lo mais por perto é foda. Tarefa dura. Ele está presente em tudo. Pra cada canto que olho, miro naquele olhar babão, com aquele sorrisão. Por que é que a vida tem dessas coisas? Para um ateu fica mais dificil ainda. Mas, de certa forma, a maturidade está me mostrando que a morte não afasta quem você ama de você. Porque sinto o Paco em tudo em mim. Ele não vai mais encontrar os amigos da Gávea. Não mais mais se resfastelar nas águas do Arpoardor. Não vai mais correr em direção ao azul. Nem lamber nossos rostos como se fosse nunca mais nos ver. Mas vai passear dentro de mim durante toda minha vida. Fica, aqui no Tijolo, o tijolo mais doce que fundamentou a casa da minha vida. Obrigado Mãe, Pai e Maí Bróduei por fazerem ele tão feliz. Obrigado Pingo por durante tanto tempo ter me feito tão feliz. Te amo e te levarei para passear sempre. Te amo.

10 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Dô, Paquinho fez de nós pessoas mais ainda amáveis e só nos trouxe alegria com aquele jeitão só dele. Au Au único! Ontem postei na intensidade canina, como era bom vê-lo correr com o azul! Não havia felicidade maior quando você, Celo, Tia e Tio chegavam em casa. Pacolino corria para porta, para nos receber aos pulos e com seu rabinho de um lado para o outro.

Não sei mais o que escrever sobre ele, pois não existe palavras para descrevê-lo, só momentos únicos e lembranças maravilhosas em nossas vidas.

Como já dizia Fernando Pessoa, "O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis", no caso seria AU AU incomparável.

Ibô disse...

Olá Mi e Bê
Brigada pela visita no meu blog e pela gentileza do comentário .
Sintam-se a vontade pra passar por lá quando quiserem.
Maior barra a perda do cachorro de vocês hein.
Tenho um poodle (Lui é o nome do meu "filhinho" huahauuauas, bem na verdade ele é de minha mãe mas eu o adotei tanto que quando for morar sozinha pretendo levá-lo comigo ), e sei o quanto que essa relação dono/animal se exaure com a convivência do dia-a dia, com o amor incondicional, com o companheirismo.
Mas os bons momentos vividos é o que fica.
Beijos.

Mi e Bê disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mi e Bê disse...

Namarido,

só queria dizer que te amo.

Marcelo Magalhães disse...

Mái Brodi. Enquanto as palavras me faltam. Uso as dos outros. Tua sensibiidade é linda.

You cut me down a tree
and brought it back to me
and that’s what made me see
where I was going wrong

You put me on a shelf
and kept me for yourself
I can only blame myself
you can only blame me

And I could write a song
a hundred miles long
well, that's where I belong
and you belong with me

And I could write it down
or spread it all around
get lost and then get found
or swallowed in the sea


You put me on a line
and hung me out to dry
Darling, that's when I
decided to go to see

You cut me down to size
and opened up my eyes
made me realize
what I could not see

And I could write a book
the one they'll say that shook
the world and then it took
it took it back from me

And I could write it down
and spread it all around
get lost and then get found
and you'll come back to me
not swallowed in the sea


And I could write a song
a hundred miles long
well, that's where I belong
and you belong with me

The streets you're walking on
a thousand houses long
well, that's where I belong
and you belong with me

Oh, what good is it to live
with nothing left to give?
forget but not forgive
not loving all you see

The streets you're walking on
a thousand houses long
well, that's where I belong
and you belong with me
not swallowed in the sea

you belong with me
not swallowed in the sea

yeah, you belong with me
not swallowed in the sea

Marcelo Magalhães disse...

Absolutamente lindo.

Obrigado, Mai Brodi.

Mi e Bê disse...

Fiquei tão descompensado que acabei escrevendo "SAUDADE" errado. Mas o que fica é a mensagem. Depois me mande, por email mesmo, os videos de celular do Papa.

Sempre que a saudade bater forte, volte aqui. Beijos. É o que faço.

Beijos.

Marcelo Magalhães disse...

Não tem nada de errado na Saudade. Seja ela Saudeade ou nao.

Sinto saudades sempre - a saudade boa, a tal saudeade.

Meus passeios por aqui são constantes, Mai Brodi. Os do Xiba também.

Bjo

Mi e Bê disse...

BARULHINHO BOM

- O abrir e fechar da porta da varanda, do box e afins.

Onde quer que estivesse vinha voando. Quando já não estava, à espreita, no local. Como sou previsível. Ele sabia exatamente os meus passos pela casa.
Primeiro ponto: varanda
Depois: banheiro
À noite, idem.

Até na 2ª f (18/8), último dia de nossa convivência, todos os reflexos estavam em dia. Latiu para o entregador de jornal que jogou apressadamente o jornal na porta. Voou p/ o banheiro para não perder o barulhinho do box.

Sobre a reação dele ao barulhinho, tenho uma interpretação:
Acho que ele imaginava ter um bichinho preso na porta. O som da abertura/fechamento da porta parecia um chorinho do suposto bichinho preso. E ele, aflito e solidário, reproduzia exatamente o barulhinho de “choro”, passando a patinha na tentativa de salvar o bichinho. Só vejo essa explicação.

Essa é uma das muitas lembranças que ficará sempre em mim.
E que me recordo pelo menos duas vezes ao dia.

- O abrir da janela

Ele vinha correndo, patinando no tapete de palha.

Hoje, para mim, é um silêncio ensurdecedor que denuncia a sua ausência e minha saudade eterna.

- O barulhinho do pente

Todo final de semana, o ritual preferido: limpar os ouvidos (parecia ter uma sensação gostosa mas nunca deitava do lado direito) pentear e escovar o pêlo que era lavado quinzenalmente, na Pet Fantasy (o banho da Gorete deixava um perfume por 2 dias. Tinha uma coleção de gravatinhas que foi doada à Pet Fantasy, com gratidão). Momento de prazer e de carinho, com direito à cabeça reclinada encostada em mim.

Golpe baixo: Quando queria sair c/ Paquinho e ele estava todo à vontade na cama com o Linho, fazia barulho do pente no chão e ele vinha correndo.

Às vezes, ficava ofegante, fazendo um barulho de boca meio aberta.
Mas parecia ser charme. Uma maneira de se fazer presente.

Ou quando, claro, estava cansado, após uma caminhada, que culminava com uma água de coco.

Agora, tinha barulho que não gostava. De fogos e, até mesmo, de estalinhos. Nos jogos do Flamengo e outras comemorações, chegava a quebrar o nosso código e pulava, sem cerimônia, em cima de mim. E eu gostava. Motivo de arrependimento: não ter permitido esse espaço de aconchego - sempre.


AFAGOS E BEIJINHOS

Ao despertar, receber uma lambida de bom dia no nariz. Tudo de bom!


ARTES E MANHAS

Não era arteiro mas as manhas ... Eram transformadas e xixis e cocôs esporádicos, aqui e acolá. Um protesto, talvez.


CHEIRINHOS DESINIBIDOS

Bafo e puns. Nossos narizes se acostumaram e quase gostavam porque eram os cheirinhos dele.

Mas também tinha o cheirinho bom de banho tomado. Típico das Pets.


ELOGIOS

Eram unânimes. Em todas as fases de vida, sempre alguém fazia um elogio.
Um menininho exclamou para a mãe: “Quero um igualzinho a esse”.


FRASES MÁGICAS

- Vamos passear?

- Cadê o azulzinho?

- Cadê a bolinha?


HÁBTITOS CURIOSOS

- comer de madrugada
- ficar de cara p/ o vidro da varanda
- ficar olhando todos os rapazes e carros na rua na esperança de ser o Bê ou o Linho com um convite p/ passear.


HORA DO REMÉDIO

Parecia que ia para a forca, cabisbaixo, mas vinha tomar o remédio.
Mas, às vezes, dissimulava. Passava a língua, quase lambendo os beiços.
E eu, bobinha, achava que tinha conseguido dar o remédio. Mas que nada.
Bê achou remédio perdido nos pelos da orelha, na caminha. Enfim, realmente não era o que mais preferia.

Depois da minha fatídica idéia de colocar na comida, tudo se tornou indigesto.


PERSONALIDADE FORTE

Rosnava e até mordia com a mesma naturalidade que abanava o rabinho de felicidade pela chegada de pessoa querida.

Geni, que talvez fosse a pessoa que mais respeitou, que o diga.
Um dia, ao tentar passar, com um pano molhado na mão, entre as pernas do Marcelo, que estava deitado no chão da sala, escorregou ou lago que o valha. Paco entendeu que era uma “ameaça” e cravou os dentes no braço dela.

Enfim, eu dizia que ele era capaz de agradar e “quase” matar com a mesma naturalidade.

Tudo isso em nome da personalidade forte.

Mas, em compensação, quando foi atacado, quase que mortalmente, por um labrador, pouco reagiu. Para não dizer que não reagiu. Final feliz. Mas o susto foi grande. Fiquei em trapos.


PROEZAS

- dar a patinha p/ o bom dia/tarde/noite
- dançar comigo
- pular de ciúme quando dançava ou dava carinho nos meus filhos
- latir para chamar para uma brincadeira
- entrar a mil na cozinha p/ pegar um brinquedinho mesmo que, p/ isso, tivesse que entrar por dentro de um armário fechado, se arranhando todo.
- falar sem precisar de palavras. Ex.: Quando um brinquedinho ficava embaixo de um móvel, ficava lá estático até o brinquedo ser resgatado.
- etc etc e tal


MANEIRA DIFERENTE DE SE RELACIONAR

Sacava cada um de nós e, com isso, estabelecia códigos diferentes.
Comigo, mais contido. Quando chegávamos juntos, ele não disfarçava. Nunca me escolhia para os primeiros afagos. Era incapaz de subir na minha cama quando eu estava sozinha.

Mas quando o Lilinho, ou o Bê entrava em cena, novos códigos se estabeleciam naturalmente. Subia na minha cama e era até capaz de fazer xixi, impunemente.

A qualquer possibilidade de bronca, ou não, rosnava. Aliás, esse ato era praticado a cada vez que se sentia contrariado.

Com o Bê, ficava ensandecido. Esquecia que era bem-educado e não reconhecia qualquer tipo de limite. Fazia do Bê, gato e sapato e melhor amigo.
O colo mais querido e aí de mim, de me aproximar. Simplesmente rosnava.
Eta, cachorrinho ciumento. Nem deixava em dar um beijinho nos meus filhos.

Com Lilinho, tinha a maneira mais íntima de se relacionar, de brincar, de rolar no chão com direito a beijo na boca.


RECEPÇÃO A CADA VOLTA À CASA

Para cada um, tinha uma maneira de receber.
Comigo, engolia – carinhosamente - a minha mão.

E, logo em seguida, sempre trazia um brinquedinho.
A brincadeira:
Tentar tirar o brinquedinho de sua boca.
Depois jogá-lo p/ que ele, a mil, o alcançasse.
Saía correndo c/ o brinquedinho p/ reinício da brincadeira.

Como eu nunca conseguia tirar o brinquedo de sua boca, espera ele largá-lo p/ dar início à brincadeira. Após a captura, ele corria ao som de minhas palmas e do “corre, auau, corre auau”.


ÚLTIMAS LEMBRANÇAS

Me recebeu com a cabeça baixa. Quando vi, a bolinha que, sempre trazia correndo, estava embaixo. Uma maneira de mostrar que, apesar de não ter muita força, ainda queria brincar.

No último dia que esteve lá em casa, ao sair do quarto percebi que ele estava parado. E que não queria sair. Não precisou de palavras p/ dizer que queria ficar ali. Motivo de remorso. Que o fiz sair a contragosto e fechei a porta do quarto. Que lástima!


LISTA INFINDÁVEL DE TUDO QUE ME ENSINOU

- Tem constar como 1ª da lista: a casa. Sempre fui psíquica com casa arrumada. E o que percebo agora que, apesar dos tapetes terem voltado para os seus devidos lugares etc, a casa nuca esteve tão fora de esquadro.

- A espontaneidade é tudo de bom.

- Disponibilidade. Em todos os momentos estava a postos para um passeio etc e tal. Era só chamar e ele levantava de sono profundo com a maior facilidade e bom humor. Ah! Como temos que aprender com os animais ...

- Todos os sentimentos podem ser expressos e entendidos sem o uso de palavras

- Nem tudo é como prevemos. Nunca permiti que Paco experimentasse um biscoitinho polvilho (comido, com culpa, em sua frente) porque achava que não fazia bem. Queria garantir a longevidade dele mas ...

Enfim, poderia enumerar “n” itens mas, certamente, não dariam conta. Haja PHD.


LEMBRANÇA ETERNA

Não quero nunca me acostumar a sua falta.


NOSSOS SENTIMENTOS E HOMENAGEM

Até pensei em colocar o branco. Mas o Pingo é tanto pra mim, que preferi colocar um de seus momentos mais gostosos - o da brincadeira. Beijos.

(Bê sobre o blog, 21/8/08)


De: tanite
Enviada em: quinta-feira, 21 de agosto de 2008 16:30
Para: Bernardo
Assunto: Re: RES: Presença eterna

Para mim, o espaço em branco fala muito.
Não há imagens e palavras que representem a personalidade do nosso Pacobel. Presença eterna nas entrelinhas da vida.

Para vocês,
beijos meus


De Bernardo

Para tanite
21/08/2008 15:51 cc "Marcelo
Assunto RES: Presença eterna

Mama, vi que você fala sobre um espaço em branco. Não é em branco. É
repleto de alegria. Consiste na área reservada ao delicioso e mais recente
vídeo que fiz do Pingo. Você não deve ter o programa para rodar. Beijos.


Mae,

Não sei nem o que responder. Li, reli, trili. Depois soube – por uma amiga – que o Bê já havia escrito no Blog também.

Coisa linda.

Textos belíssimos.

Ainda não consigo verbalizar/ rascunhar/ moldar em letras meu sentimento.

Mais pra frente tento.

Enquanto isso leio, releio, treleio tanta emoção.

Bjos

Marcelo (21/8/08)


De: tanite
Enviada em: quinta-feira, 21 de agosto de 2008 10:23
Para: bernardo; Marcelo; Maurício
Assunto: Presença eterna

Família,
nossos sentimentos são cúmplices.
Além de lágrimas, brotaram palavras em mim:

Dói uma coisa em mim.
Falta uma coisa em mim.
Nos quatro cantos da casa.
Nos quatro cantos da alma.
Sua presença eterna.

Agradeço por terem me permitido experimentar esse sentimento arrebatador. Identificado logo no início da convivência c/ Paquinho e transformado em desabafo:


Sensibilidade


O que mais me assusta
É a minha insensibilidade
E como ela causa indiferença
Fui anulada pela reação
De um animal
Que me mostrou o que é
Sensibilidade
Cruel ensinamento
Que doeu nas entranhas do meu
Não saber ser



Se soubesse fazê-las c/ tal perfeição, mandaria p/ vocês adoráveis
lambidas, que serão sempre sentidas em nós e lembradas com carinho e saudade.



P.E. Bê, o espaço p/ a foto está em branco. É proposital?


Tenho um delicioso registro do nosso (See attached file: Pacolino.jpg)
Imprimi p/ darmos, sábado, p/ a competente veterinária, Silvia, c/ nossos agradecimentos.


SÓ ONTEM TIVE CORAGEM DE LER O QUE VOCÊ ESCREVEU PRO PINGO. LINDO. ELE SABE DE TODO SEU AMOR POR ELE. Beijos de te amo.
(Bê, 25/8/08)

É, meu Dô!

Tenho muita dificuldade de lidar c/ o irreversível.
O silêncio ensurdecedor e o vazio implacável denunciam - o tempo todo - a ausência dele.
São muitas as recordações. De todas as infinitas reações espontâneas e a todos os estímulos.

C/ todo apoio e companheirismo, você tem se exposto, c/ tanta coragem, a esse turbilhão de emoções.
Mas não se preocupe. Apesar dos pesares, tenho força p/ andar c/ minhas pernas.

Beijo agradecido c/ todo meu amor, carinho e admiração,
da mãe que, de alguma maneira, também está sempre ao seu lado.
(25/8/08)

Meu Lilinho,
agradeci ao seu irmão e quero agradecer a você, também, por todo apoio.

Como falei p/ o Dô, tenho muita dificuldade de lidar c/ o irreversível.
O silêncio ensurdecedor e o vazio implacável denunciam - o tempo todo - a ausência do Paquinho.
São muitas as recordações. De todas as infinitas reações espontâneas e a todos os estímulos.

Vocês se expuseram, c/ tanta coragem, a esse turbilhão de emoções p/ estarem ao meu lado. Incondicionalmente!
Mas não se preocupe. Apesar dos pesares, tenho força p/ andar c/ minhas pernas.

Beijo agradecido c/ todo meu amor, carinho e admiração,
da mãe que, de alguma maneira, também está sempre ao lado de vocês.
(25/8/08)

Madre, não há, em absoluto o que agradecer.

Fiquei de te mandar a letra da música... tá ai (o word não me deixa acentuar o tá):

You cut me down a tree
and brought it back to me
and that’s what made me see
where I was going wrong

You put me on a shelf
and kept me for yourself
I can only blame myself
you can only blame me

And I could write a song
a hundred miles long
well, that's where I belong
and you belong with me

And I could write it down
or spread it all around
get lost and then get found
or swallowed in the sea


You put me on a line
and hung me out to dry
Darling, that's when I
decided to go to see

You cut me down to size
and opened up my eyes
made me realize
what I could not see

And I could write a book
the one they'll say that shook
the world and then it took
it took it back from me

And I could write it down
and spread it all around
get lost and then get found
and you'll come back to me
not swallowed in the sea


And I could write a song
a hundred miles long
well, that's where I belong
and you belong with me

The streets you're walking on
a thousand houses long
well, that's where I belong
and you belong with me

Oh, what good is it to live
with nothing left to give?
forget but not forgive
not loving all you see

The streets you're walking on
a thousand houses long
well, that's where I belong
and you belong with me
not swallowed in the sea

you belong with me
not swallowed in the sea

yeah, you belong with me
not swallowed in the sea

bjo

Marcelo (25/8/08)


Uma semana depois. Quanta saudade em forma de inspiração...

Mama,

Em qualquer livro, conto, texto, novela, telenovela, teatro - ou coisa que valha - que se preze, os personagens entram aos poucos. Os que são logo apresentados mutam.

Tava pensando... não seria mais gostoso se cada um escrevesse um ´capítulo´? A visão da narrativa, sob diferentes pontos narrativos (seja lá o que isso signifique) pode dar um dendê especial.

Topam?

Bjo

Marcelo

De: tanite
Enviada em: terça-feira, 26 de agosto de 2008 09:47
Para: Marcelo
Cc: Bernardo; Mauricio
Assunto: Re: Vamo passear?

Uau, meu Lilinho!
Que maneira mais linda de descrever o 1º contato c/ quem viria a fazer
parte de nós.
E dar graça e vida a nossa história. Personagem querido que deixa muita saudade e ensinamentos.

Apesar de não ter sido cúmplice do 1º capítulo, aos poucos fui aprendendo a conviver c/ esse indescritível mundo-cão.
Que faz a gente reaprender a viver e experimentar os sentimentos mais
recônditos.

Quando será o próximo passeio? Estou louca p/ ser conduzida pela magia de suas mãos.

Beijo de pura admiração,
de mãe agradecida


De Marcelo
Para Bernardo, Maurício e Tania
25/08/2008 21:38 Assunto Vamo passear?

Da Mãe uma poesia brilhante. Do irmão um texto impecável. No pai as marcas contínuas da arte canina.

Não tenho o poder de coesão de vocês e meu refúgio é ainda nas palavras de textos fluídos. Na inspiração das antigas novelas de jornal divido o que provavelmente é o 1º capítulo do texto que brota e que me faz sentido agora.


´Vamo passear?´. A sonoridade de umas parcas palavras despertavam nele, Paco, êxtase. Convido vocês a este passeio aos meus sentimentos e memórias.


(Sábado de manhã. A data já não é precisa e não é preciso precisar a data)

Túnel Rebouças. Carro de família, sem luxo, mas com conforto. A mistura de luz e escuridão se mistura à mistura de emoções do guri que deixa a janela para ouvir a exclamação do pai.

´Paco! Paco é um nome gozado!´, diz.

Os irmãos – motivo maior daquela aventura – se entreolham meio
desconfiados. ´Paco? O que é Paco, oras?´, pensam. Dão com os ombros e logo partem para a escolha que ainda lhes restava; o sobrenome.

´Paco Bell, então´ – dispara o mais novo.

´Feito´, atesta o pai. Sorriso gigante no rosto disfarçado pelo clássico modelo dos óculos escuros. O som do carro e no carro aumentam e a ansiedade invade o espaço, sem luxo, mas com conforto.

O destino era canil na improvável Ilha do Governador.

(corte para a apresentação psicológica dos personagens)

No longo trajeto – para os cariocas, então ´da gema´ – os irmãos
fantasiavam o mascote. Há meses vinham tramando o grande ato. O desejo
incontido era mesmo do mais velho. Queria um cachorro. No caçula encontrou o aliado perfeito. Não foi difícil, uma vez mais, plantar no muleque levado sua vontade. Passaram, então, a fazer uma verdadeira campanha eleitoral: consulta a livros para escolha da raça mais apropriada, elogios a qualquer quadrúpede que cruzavam (desde que diante da presença dos pais é claro), participações em promoções de uma revista descolada da época, imagens de cachorros em poses irresistíveis na pequena cortiça...

O coreto estava armado.

Na cabeça – paradoxalmente mais quadrada – do levado a imagem era uma só ´Cocker dourado exatamente como nas promoções da revista. Exatamente como na ponta da coleira das madames.´. Além de levado era genioso. Contrariar seria imprudente.

O mais velho e zeloso ia com outra cabeça. Queria um cachorro. Sabia do gênio do irmão, mas era gênio na arte de dobrá-lo. Dava com os ombros ao que poderia ser um problema eminente.

O carro parou e as quatro pernas saíram correndo – as duas do pai vieram, mais equilibradas, logo a seguir.

Eram uns quantos filhotes. Pouco importa quantos e seria impossível
lembrar. Os olhos tom de mel – eram por base castanhos, mas quando tomados por sol ou irradiados de brilho mutavam ao mel – eram fixos naquele rascunho de cão. Chocolate, branco e pontuais toques de dourado. Ar de ´lord´. Magrinho, mal parecia ter forças para equilibrar as longas orelhas.
Mas como pulava! As unhas, mal aparadas, em sintonia com os
dentes-de-agulha logo iniciaram as primeiras das tantas marcas que iria deixar naquela família.

Não havia dúvida era ele.

Paco. Paco Bell.

1ª lição – Não se escolhe um cachorro. O cachorro é quem escolhe você.


Bjos e até o próximo post, quer dizer capítulo, quer dizer espero que
venham outros,

Marcelo

Mais pra frente farei. Beijos.
Bernardo (26/8/08)

De: Marcelo
Enviada em: terça-feira, 26 de agosto de 2008 10:59
Para: Bernardo, tanite
Cc: 'Magalhaes, Mauricio'
Assunto: RES: Vamo passear?

Genial, Mai Brodi. Faz o próximo então?

bjo

Marcelo


De: Bernardo
Enviada em: terça-feira, 26 de agosto de 2008 10:55
Para: Marcelo; tanite
Cc: Magalhaes, Mauricio
Assunto: RES: Vamo passear?

Topo. Como já tinha idéia de fazer um livro de fotos do Pingo, enriquecê-lo com texto será maravilhoso. Beijos.

De: Marcelo
Para: tanite@petrobras.com.br
Cc: Bernardo Magalhaes; 'Magalhaes, Mauricio'
Assunto: RES: Vamo passear?
Mama,
Em qualquer livro, conto, texto, novela, telenovela, teatro - ou coisa que valha - que se preze, os personagens entram aos poucos. Os que são logo apresentados mutam.
Tava pensando... não seria mais gostoso se cada um escrevesse um ´capítulo´? A visão da narrativa, sob diferentes pontos narrativos (seja lá o que isso signifique) pode dar um dendê especial.
Topam?
Bjo
Marcelo

De: tanite
Para: Marcelo
Cc: bernardo.; Mauricio
Assunto: Re: Vamo passear?
Uau, meu Lilinho!
Que maneira mais linda de descrever o 1º contato c/ quem viria a fazer
parte de nós.
E dar graça e vida a nossa história. Personagem querido que deixa muita
saudade e ensinamentos.
Apesar de não ter sido cúmplice do 1º capítulo, aos poucos fui aprendendo a
conviver c/ esse indescritível mundo-cão.
Que faz a gente reaprender a viver e experimentar os sentimentos mais
recônditos.
Quando será o próximo passeio? Estou louca p/ ser conduzida pela magia de
suas mãos.
Beijo de pura admiração,
de mãe agradecida


"É doce morrer no mar"

Com toda essa sensibilidade, com certeza, você vai saber decodificar a vontade de Paquinho.
A personalidade dele sempre foi marcante o suficiente p/ se fazer entender.

Apoio a sua decisão. E espero que possamos compartilhar dessa homenagem.

Beijo,
Mama
26/8/08)

Doce pro Caymmi que sempre teve sal na pele. Não pro Pingo que tem gosto de azul, mas não de mar.

Beijos.
(Bê, 26/8/08)

De: tanite
Enviada em: terça-feira, 26 de agosto de 2008 10:38
Para: Bernardo; marcelo
Assunto: "É doce morrer no mar"

Gataria,
coincidentemente, Mª Clara Bingemer, que escreve no JB, faz uma homenagem a Dorival Caymmi que se contrapõe ao "not swallowed in the sea":

"... na música de Caymmi ... sua relação com o mar é doce, amorosa, nupcial mesmo.
O saveiro que volta vazio levou o pescador não para o vácuo de uma eterna ausência, mas para um encontro amoroso em bodas definitivas com as ondas verdes do mar e com a deusa das águas que o acolhe em seu colo maternal.
Assim se foi Caymmi, deixando um rastro de beleza, doçura e amor.
Impossível olhar e mergulhar nas águas verdes do mar de Copacabana ... e não encontrá-lo, docemente "afogado" de amor ... Tanto amou a vida, tinha que entrar na morte assim, docemente, amorosamente ...
No mar infinito que é a fonte da vida, de onde todos viemos e para onde todos voltamos, Caymmi foi finalmente, totalmente, apaixonadamente abraçado pelo autor de toda vida, pela fonte de todo amor."

Faço das palavras de Mª Clara as minhas.

Beijo,
Mama


-----Mensagem original-----
De: Magalhaes, Mauricio [mailto:Mauricio.Magalhaes@lp360.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 19 de setembro de 2008 18:18
Para: tanite@petrobras.com.br
Cc: Bernardo Magalhaes; marcelo.magalhaes@timwe.com
Assunto: RES: RES: ENC: Vamo passear?

Familia Amada

Datas são referencias pontuais que nos fazem lembrar e muitas vezes esquecer fatos, dados e, por vezes, pessoas.
Hoje é um destes dias pessoal que cada um de seu modo fingiu não lembrar.
Hoje faz um mês que tem alegria e latidos furtivos no céu.
A Bisa certamente já perdeu o medo e cedeu aos encantos de nosso Paquito. Imagino-a, sempre, já desprovida de sua aflição a acalentar nosso cachorrinho em suas caminhadas pelas nuvens junto com seu querido São Francisco.
A Mama com sua sensibilidade e observação nos presenteou com fatos e momentos gostosos, curtidos na luta que só os puros e nobres têm capacidade. Aquela que derruba os preconceitos e entende que o amor é ainda, graças a Deus, o único antídoto contra a pequenez e as fronteiras do preconceito e do egoísmo. Show, Tuca, show.
Vamos sorrir às lembranças e saudades de forma a homenagearmos o Paco com as memórias queridas e permitir somente que as lágrimas nos emoldurem o rosto se for em razão de muita felicidade e agradecimento por tanto amor.
Beijos,